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Parentfulness: a arte de estar presente

    Parentfulness: a arte de estar presente

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    Enquanto escrevo este texto, tem um pequeno ser do meu lado brincando com suas bonecas e a outra pequena no tapetinho dando gritinhos para chamar a atenção da irmã. A rotina de uma mãe (e de um pai), especialmente com a ampliação do home office, tem sido cheia de momentos como este: trabalho, e-mails e teleconsultas entrelaçados com brincadeiras, banhos e sonecas.

    Muitas vezes, brincar pertinho não é suficiente e elas demandam minha atenção exclusiva e lá vou eu – parar tudo o que estou fazendo para atendê-las (ou peço um instante para finalizar minha atividade). A verdade é que – sabemos disso, mas sempre precisamos nos lembrar – filhos demandam nossa atenção.

    E às vezes demandam muito. A dificuldade hoje em dia e que inclusive tem sido grande objeto de estudo é a forma como nós, pais, temos lidado com o celular, os e-mails e as constantes interrupções da vida adulta e a atenção que damos aos filhos.

    Tal influência cunhou o termo parentalidade distraída, que nada mais é do que o ato de parentar, ou seja cuidar e criar o filhos de maneira dividida, ou pior, distraída. Há uma competição com o celular, principalmente.

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    Um estudo americano publicado em 2017 revela que americanos – no geral – checam o celular cerca de 80 vezes por dia, o que representa o olhar para a tela do smartphone a cada 12 minutos. Doze minutos!

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    Pai, mãe, você acha que se enquadra nesse montante? Muito provavelmente, sim. O celular não necessariamente é para redes sociais – apesar de ser uma baita distração – mas também tornou-se instrumento de trabalho, direção e organização.

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    Portanto, a nossa dependência pode até ser justificada. No entanto, ela tem consequências sérias para os nossos filhos e o fenômeno da parentalidade distraída – que se refere a divisão da nossa atenção – tem demonstrado os efeitos que essas constantes interrupções no tempo dedicado aos filhos tem causado.

    Um estudo do Center on the Developing Child da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, demonstra a importância da atenção às crianças. Ele conclui que é por meio de gestos, expressões faciais e barulhos que os bebês vivenciam o mundo, e associadas a resposta e a interação dos adultos, conexões neurais são feitas e a arquitetura cerebral se desenvolve.

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    Pense, por exemplo, em como as crianças aprendem palavras novas. Elas veem o objeto e os adultos falam o nome do objeto múltiplas vezes e este processo resulta na conexão, em uma esfera cerebral, entre o som emitido e o visual.

    Portanto, para o desenvolvimento da linguagem e posteriormente, para a alfabetização, as crianças precisam de interação.

    Quando os pais permanecem continuamente atentos apenas ao celular, interrompendo os momentos de brincadeira para ler e-mails e checar as redes sociais, a resposta esperada pelo cérebro da criança não é atingida e as conexões cerebrais não são estabelecidas de forma eficaz.

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    Um estudo do mesmo órgão citado acima de Harvard concluiu que essa ausência de resposta ativa o sistema de estresse – que pode ser controlado se houver adultos para acalentar. Por outro lado, a ativação intensa do sistema de estresse gera danos permanentes: prejudica a arquitetura cerebral responsável pela aprendizagem e pelo raciocínio.

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    Percebe como é importante, portanto, o olhar no olho, as brincadeiras e atividades entre pais e filhos? Até a amamentação é estimulada pelo olhar entre mamãe e bebê, que deflagra a secreção dos hormônios responsáveis pela liberação do leite.

    É claro que não é possível – e nem devemos – estar 100% do tempo com nossas crianças e atendendo suas demandas porque precisamos dar espaço para elas aprenderem a ser independentes, brincarem sozinhas e a se acalmarem. O que estou querendo alertar com este texto é sobre o perigo de nos distrairmos continuamente durante os períodos de interação com nossos filhos.

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    Precisamos deixar o celular e o computador de lado sempre que possível para termos momentos de atenção completa e ininterrupta com as nossas crianças. E eu sei que não é uma tarefa fácil. Não estou aqui apenas para apontar o dedo, mas também para trazer soluções, por isso, gostaria de deixar algumas orientações práticas:

    • Interaja com seu bebê mesmo que ele apenas balbucie. A comunicação precede a linguagem e a conexão acontece a todo momento
    • Reserve um período do dia apenas para eles e longe do celular. Chame esse momento de um nome especial. Com o tempo, eles pedirão por ele
    • Configure os modos de silêncio das notificações em todos os aplicativos e na tela de bloqueio do celular. Isso nos distrai ainda mais e nos tira do que é mais importante
    • Saia para passeios e deixe o celular na bolsa (foque em ter momentos reais e memórias eternas ao invés de foto no celular)
    • Priorize atividades que fortaleçam o vínculo afetivo, como leituras e brincadeiras em família com experiências sensoriais. Também vale criar algo juntos, como uma receita de bolo ou mesmo um próprio brinquedo

    +Leia também: TDAH: o que é, como diagnosticar, e quais são os tratamentos

    Eu sei o quão importante a reunião do seu chefe pode parecer, ou aquela ligação não pode esperar.

    Mas são os nossos filhos que, no futuro, se tornarão os líderes de nações, pais, professores e profissionais que moldarão as próximas gerações. É nossa responsabilidade fazermos o melhor que pudermos para que eles cresçam e se desenvolvam no melhor ambiente possível, e este ambiente só pode ser provido se houver pais que estão verdadeiramente atentos.

    Então, fica meu apelo a você, pai e mãe: desligue o celular e conecte-se com quem realmente importa: seus filhos.

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